– Quando vi a camisa sabia que seria meu time, foi (amor) à primeira vista – conta o garoto, relembrando a vitória celeste por 5 a 0, no Mineirão, pela Mercosul de 1998.
Bruno nunca teve familiares ligados ao Cruzeiro ou a Belo Horizonte. Mas o pai, Nailson, presenteou o garoto com uma camisa branca do clube, ainda no fim da década de 90. A memória trai para dizer exatamente em qual ano foi, mas o local ele lembra até hoje: um camelô no Centro de Aracaju.
Pela distância e a falta de familiares, o sergipano levou sete anos, após o despertar da paixão pelo Cruzeiro, para conseguir assistir o time de perto. Foi em 2005, em um confronto exatamente como o desta quarta. Sergipe e Cruzeiro duelaram pela Copa do Brasil, e a Raposa venceu por 1 a 0, com gol de Marcelo Batatais. A volta, no Mineirão, teve goleada mineira por 7 a 0.
Quando foi ganhando idade, Bruno começou a buscar companheiros em Aracaju para assistir jogos do Cruzeiro. Em meio à ótima campanha do time no Brasileiro de 2013, foi um dos fundados da Aracajuzeiros, que à época contava com 11 integrantes. Ele, naquele ano, viu a Raposa ser campeã bem de perto. Estava no Barradão, quando o time venceu o Vitória e confirmou a conquista da taça (veja acima).
E não foi o único estádio que ele conheceu para acompanhar o Cruzeiro. Já visitou Arapiraca, Natal, Recife e, claro, o Mineirão. Estádio onde realizou o sonho de ver o time jogar a Libertadores. Viajou sozinho, só com a roupa do corpo e quase ficou sem entrar no estádio para assistir Cruzeiro x River Plate, em 2015.
“Fui assistir Cruzeiro e River Plate, só com as passagens e a coragem. Acertei com um senhor de comprar o ingresso, porque ele era sócio e não iria. Marcamos no Mineirão às 21h, mas meu celular ficou sem bateria. Eu não conhecia ninguém, estava só com a roupa do corpo. Eu consegui achar esse senhor e entrei”
Fotos e Bruno Carvalho, torcedor do Cruzeiro em Aracaju, durante jogo no Mineirão — Foto: Arquivo pessoal
Os argentinos acabaram vencendo por 3 a 0, eliminando o Cruzeiro. O voo de volta para Aracaju, para azar de Bruno, tinha a presença de torcedores do River, que, assim como ele, fariam conexão em Guarulhos. Teve zoação, mas deu tudo certo.
São quase 25 anos de paixão pelo Cruzeiro, e a Aracajuzeiros já se aproxima de uma década de vida. Hoje, são mais de 100 integrantes, entre mineiros e sergipanos, que se reúnem para assistir aos jogos em casas e bares. Desde a criação da torcida, em 2013, será a primeira vez que o grupo poderá ir à Arena Batistão, já que nos duelos com o Confiança, nas duas últimas edições da Série B, a presença de público estava vetada nos estádios.
Fonte: ge.globo.com